A Fundação Hemominas realizou, na manhã desta sexta-feira, 28/11, no auditório do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), a cerimônia oficial de recebimento dos novos equipamentos adquiridos por meio do Novo PAC Saúde (Programa de Aceleração do Crescimento do Ministério da Saúde). A iniciativa integra um movimento nacional de modernização da rede hemoterápica, com foco na ampliação da capacidade técnica e da segurança na produção de plasma destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A Hemominas já recebeu um investimento de R$ 5,5 milhões, destinados à aquisição dos equipamentos utilizados na produção de plasma de uso não transfusional – matéria-prima enviada à Hemobrás para processamento industrial de hemoderivados. A previsão é que até abril de 2026 tais recursos cheguem a R$12 milhões.

“Este investimento que está sendo feito é um passo importante em direção à nossa autossuficiência na produção de hemoderivados. A gente sabe que a demanda é muito maior do que conseguimos produzir, e os novos equipamentos vão melhorar a capacidade instalada da rede, não só em Minas, mas em todo o país”, afirma a presidente da Fundação Hemominas, Kelly Nogueira.

Parceria nacional para modernização da hemorrede

Em 2025, até o mês de novembro, a Fundação enviou 111.249 bolsas de plasma excedente para a Hemobrás. O envio do produto é feito mensalmente e obedece a critérios de boas práticas farmacêuticas e industriais. Tal performance garante à Hemominas posição de destaque em nível nacional, respondendo por mais de 10% de todo o plasma enviado para a hemorrede nacional.

 

A superintendente do Ministério da Saúde em Minas Gerais, Maflávia Ferreira, reforçou o compromisso da Pasta em apoiar a rede hemoterápica em todas as esferas. “A Hemominas é muito importante para a saúde pública do estado de Minas Gerais. Nós estamos sempre à disposição para dar apoio a toda rede, com as políticas do Ministério da Saúde, em todos os níveis de assistência. Em parceria com os gestores municipais e a Secretaria de Estado de Saúde conseguiremos viabilizar as políticas de saúde nacionais”, afirma.

 

Números

No primeiro lote de equipamentos, a Hemominas recebeu 44 freezers que atingem temperaturas de até -30°C, o que garante melhor conservação do plasma e oferece mais qualidade e segurança ao processo.

Ainda no primeiro lote, também foram recebidos dois blast freezers, equipamento de congelamento ultrarrápido que preserva proteínas sensíveis como os fatores de coagulação. Esse processo é essencial para manter a qualidade do plasma, prolongar sua vida útil e garantir que ele possa ser usado em tratamentos ou na produção de medicamentos.

Ainda está prevista a chegada de outros três Blast Freezer e mais 24 Freezers (-30°C), que serão alocados nas unidades da Fundação Hemominas em Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Governador Valadares, Poços de Caldas, Uberaba e Uberlândia. Os equipamentos estão sendo destinados aos setores de Fracionamento, Distribuição/Prova Cruzada e Laboratório de Controle de Qualidade dessas unidades.

Plasma

O plasma é a parte líquida do sangue, constituída de água, sais minerais, proteínas e íons, dentre outros, e representa cerca de 55% do volume sanguíneo. Os produtos derivados do plasma humano são medicamentos obtidos a partir do processamento do plasma sanguíneo e incluem albumina, fatores de coagulação e imunoglobulinas. 

Tais medicamentos são usados para tratar diversas doenças: a albumina é usada em queimaduras, hipoalbuminemia, hemorragia e choque; as imunoglobulinas são utilizadas em pacientes com deficiências do sistema imunológico e tratamento após exposição a alguns agentes infecciosos; os fatores de coagulação – fator VIII e o fator IX – tratam a hemofilia e outras doenças de coagulação, além de outras condições que requerem reposição de proteínas plasmáticas. 

A Fundação Hemominas é referência no atendimento a cerca de dois mil pacientes com coagulopatias hereditárias, atendidos em seus ambulatórios em todo o estado.